A impressionante história da mulher que superou os desafios de um casamento sem liberdade

A história incrível de Esmie Branner sobre os desafios de seu casamento
Força de Esmie Branner podem inspirar outras mulheres a conservarem fé mesmo em meio a abusos

É inegável as conquistas sociais que as mulheres alcançaram no mundo ocidental ao longo do último século. No entanto, ainda assim há muitas situações do cotidiano que causam revolta, principalmente quando olhamos para a complexidade das relações entre mulheres e homens na cultura mulçumana. Se uma rápida olhada para as atuais diferenças em relação à cultura ocidental já causam estranhamento, imagine no cenário da década de 1980. No livro Por trás do Véu, Esmie Branner, uma jamaicana radicada no Reino Unido, compartilha o terror psicológico que um casamento opressivo pode causar. Em um trecho do livro, a autora lembra de quando foi comprar roupas com o marido muçulmano na Arábia Saudita, país que eles haviam mudado há pouco tempo. Ao invés de vestidos coloridos e com cortes bonitos disponível na loja, a escolha do marido foi um abaya, tradicional vestido preto com um xale para a cabeça, popularmente conhecido como véu.

“Perguntei: ‘Por que preto?’. Explicaram-me que preto é uma cor feia, então as mulheres usam essa capa preta, feia, solta e sem forma para que os homens não sejam tentados. Se os homens vissem a mulher, sua forma e beleza, estariam pecando, cometendo adultério.”

Claro, o relato é de uma situação em uma cultura e época diferentes que fazem com que o que pra gente seja um tremendo absurdo, naquela época era algo comum. No entanto, dá para ter dimensão da prisão que o casamento de Esmie estava se tornando.

O início de tudo

Esmie conhecera o marido Mohamed no início dos anos 1980, quando ambos moravam na Inglaterra. Ela havia recebido uma educação cristã, ele fora educado com preceitos mulçumanos. No entanto, a fé religiosa não era importante para nenhum dos dois quando eles se conheceram. Na época, Esmie dava pouco valor para o relacionamento com Deus. Ela enxergava a religião como uma série de restrições. Talvez, nem os dois imaginavam se casar quando se conheceram. Contudo, uma gravidez inesperada os levou a compartilharem a mesma casa. Alguns meses depois do nascimento do primogênito do casal, outra gravidez mas dessa vez de gêmeos. Após um tempo de reflexão, mas sem consulta a Deus, o casal decidiu se casar. O ano era 1982 e eles estavam morando nos Estados Unidos, onde teriam outras duas filhas.

Com o passar do tempo, o conflito entre as religiões dos dois na criação dos filhos começou a criar desgaste para o casal. Nessa mesma época, Esmie estava passando por uma reaproximação de Deus, por meio de leituras de livros indicados por uma amiga.

“Antes não gostava de ler, mas ao orar por sabedoria, o Senhor havia me dado vontade de ler e de conhecê-Lo cada vez mais. Quanto mais lia, mais desejo pelas coisas espirituais tinha.”

O relacionamento com Deus por meio de leitura e oração culminou com um batismo. No entanto, a cerimônia batismal celebrada na igreja com a presença dos filhos soou como uma declaração de guerra espiritual para o marido. Ele estava convicto que os filhos seguiriam o caminho do islã.

Descortinando o véu

Mohamed então fez planos para se mudar para a Arábia Saudita na esperança que a imersão na cultura mulçumana fosse fator determinante na criação dos filhos. Após jejum e oração, Esmie decidiu que o melhor seria ela acompanhar o marido. Então, em julho de 1989, a família chegou ao aeroporto de Dharan, na Arábia Saudita. Na mala, Esmie carregava não só roupas, como livros cristãos e a própria Bíblia. Todos sem capa, pois na época era crime possuir literatura cristã.

O futuro de Esmie em um país onde o simples ato de professar a fé era considerado crime pode ser simbolicamente representado pela cena dela passando a utilizar o abaya. Agora ela estava sob um véu preto. O marido tentou faze-la uma mulçumana. Contudo,  sem sucesso. Por debaixo do véu do abaya, Esmie via a guerra espiritual de forma cada vez mais nítida*.

A história de Esmie Branner sobre os desafios de seu casamentoAo longo de 130 páginas, Esmie narra em primeira pessoa os dias tenebrosos em que vivenciou a opressão do marido, potencializada pelo fato de Esmie ser uma mulher, estrangeira, negra e cristã vivendo na Arábia Saudita, um dos países mais conservadores do mundo islâmico.

No entanto, o livro Por trás do véu tem um desfecho pra lá de otimista e demonstra como Deus age em favor dos oprimidos – seja por questões conjugais ou culturais. Além disso, trata-se de um livro que não apenas conta uma história sobre mulheres, mas também é um livro para mulheres, que toda mulher deveria ler. A força e a coragem demonstrada por Esmie não é um convite para aceitar cenários de julgo desigual. Ao contrário, é uma inspiração para mulheres fortes confiarem em Deus e não se contentarem com as desigualdades deste mundo.

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